06/11/2011

ENQUANTO AINDA HÁ LUZ NO CÉU...
As cores de outono em Munique.

E Munique também foi bem carinhosa comigo. Cidade lindinha-lindinha, talvez minha favorita da Alemanha, cheia de árvores e rios e patos e ciclovias. Deu para dar um longo passeio na sexta, antes de apresentar minha obra de noite. O inverno ainda não chegou na Europa. Os dias estão bonitos, temperatura em torno de dez graus (aqui mais pro norte) e as árvores estão com aquela cor linda de outono que não existe no Brasil.

Os parques da cidade...

O evento em Munique foi bem mais low-profile do que em Frankfurt, num lugar bem menor, mas isso também garantiu que ficasse lotado (com umas quarenta pessoas). Wanda Jakob, que organizou tudo e me recebeu, foi uma querida, e a minha intérprete Luisa também. Conheci vários brasileiros bacanas (praticamente o público que foi era todo de brasileiros) e deu para dar uma esticadinha depois.

Wanda, minha anfitriã, e Luisa, minha intérprete.

Legal que, tanto neste evento quanto em Frankfurt, se discutiu mais minha obra em si, minha temática, o estilo de escrita, as influências (na sexta pude discorrer longamente sobre as fotografias de Sally Mann – que foram a referência de base para o conto Piranhitas). Muitas vezes os eventos literários (não só no Brasil) se centram mais na biografia do autor e na relação dele com o mercado, o que se torna aburrido e repetitivo. Para saber minha biografia, é só consultar a Wikipedia.

Com a Wanda, provando da Weißwurst, especialidade da Baviera.

E assim se encerrou a turnezinha que me trouxe para a Europa em primeiro lugar. Talvez aproveitemos que vou ficar por aqui mais alguns meses para marcar outras datas - ficou faltando confirmar Berlim, e será imperdoável se eu não conseguir marcar nada em Helsinque.

A Alemanha desta vez foi suave, conheci muita gente bacana e espero que a coisa repercuta por aqui, com novos convites e traduções. Por algum motivo, eu acabo sempre voltando, e já posso dizer que conheço razoavelmente o país: Berlim, Hamburgo, Bremen, Bremerhaven, Frankfurt e Munique.

Agora estou no reino da Dinamarca, onde não há nada de podre, é um dos países do meu coração. Enquanto escrevo, o Grindr apita sem parar, mas também não há nada de novo. O padrãozinho gay é o mesmo em todo mundo - aquela coisa falsamente masculina: "sou macho e procuro machos", que nojo - onde foram parar os alternativos, os alterados, os transviados?

Fora que você seja numa cidade como Copenhague - como São Petersburgo - e quer sair, conhecer gente, ver a cena; mas o povo do Grindr quer mesmo é levar você para o apartamento, trancados entre quatro paredes. Estou descobrindo que não é a melhor forma de fazer turismo e conhecer amigos...

A verdadeira pequena sereia.


Copenhague continua linda, mas meu quarto de hotel é um horror. Peguei um hotel que eu já conhecia, consegui um quarto bem barato, mas quando entrei percebi por quê. Minha cama é praticamente um sofá, o quarto tem um cheiro de mofo, e eu estou me segurando, me segurando para não sair daqui e fazer um check-in em mais um Scandic. Me segurando porque vou ficar quatro meses na Europa, então é bom puxar o freio de mão nos gastos...

Eu sei, eu sei, eu sou esnobe e mal acostumado... Ou bem acostumado, talvez.

Ah, você que é jovem aproveite enquanto ainda pode mochilar, ficar em albergues, dividir banheiro. Eu não tenho mais saúde nem paciência. Não dá mais para dividir quarto com moleques de vinte anos... Hum... pensando bem... dividir quarto com moleques de vinte anos? Alguém conhece um bom albergue aqui em Copenhague?


MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...