07/06/2010

A DANÇA DAS CADEIRAS CONTINUA...
Galera, Nazarian, Melamed.

Já participei de algumas mesas com o Galera. Já participei com o Melamed. Agora as cadeiras são reagrupadas e encontro os dois juntos na Bienal Rubem Braga, em Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo.

08/06 - 19h, na Praça Jerônimo Monteiro

Além dessa coisa de geração ser inescapável - e de eu saber que vou encontrar esses e alguns outros mais algumas dezenas de vezes por nossa carreira à fora - é um prazer estar com eles novamente, moços queridos e talentosos. Ainda mais numa cidade nova, num estado novo, num Espírito Santo. Pena que será uma viagem de bate e volta; eu queria poder ficar mais, conhecer Vitória, mas estou cheio de trabalho e semana que vem tenho um evento em.... Madrid.

Segue entrevistinha que dei sobre a Bienal para o Século Diário, do ES.


Caderno A - A Bienal Rubem Braga, assim como outros eventos que girem em torno da literatura, tem como norte uma política de incentivo à leitura. Como você enxerga a eficácia desse tipo de evento nessa questão? Qual a participação que uma “bienal do livro” tem na formação de leitores?

Santiago Nazarian - Já participei de diversas bienais e eventos literários pelo país - e digo que, na maioria dos casos, elas apenas nutrem o público leitor já existente. As mesas são vazias, os autores são desprezados, e a grande massa do público está lá para comprar Crepúsculo a melhores preços. Mas há valiosas exceções, nas quais a organização do evento, imprensa, escolas e universidades trabalham em conjunto para realmente levar novos leitores.

Um bom exemplo é a Jornada Literária de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em que os autores convidados têm seus livros previamente adotados na rede de ensino durante o ano, para que os alunos possam conhecê-los pessoalmente já conhecendo seu trabalho. A Feira do Livro de Ribeirão Preto também tem uma participação interessante das escolas.

Caderno A - Nesse sentido, que tipo de ações você acha interessante alimentar para fortalecer o mercado literário nacional? Necessariamente é preciso ter esse “encaminhamento” para que a população se interesse por literatura?

SN - É preciso dar espaço para as pessoas conhecerem os livros - isso se dá não só nas Bienais e eventos em geral, mas na abertura da imprensa a novos autores, na disposição desses autores de viajar, de falar com o público, de divulgar seu trabalho pelos meios existentes, inclusive em novas mídias.

Muita gente hoje descobre que literatura pode ser bacana através dos blogs. Muitos dos meus leitores eu conquistei pelo blog, ou pelos programas de TV que participei. O livro em si é um objeto fechado, quase impenetrável. É preciso dar possibilidade das pessoas descobrirem o que há dentro dele.

Caderno A - Para você, como foi o caminho até o mundo dos livros? Digo, existiram alguns que a gente possa chamar de “livros fundamentais” para a sua formação literária?

SN - Para mim foi praNegritoticamente impossível não entrar neste mundo, porque venho de uma família de artistas, cresci com uma biblioteca imensa em casa e a arte e literatura sempre foram vistas com mais admiração do que... o dinheiro, por exemplo. Mas os livros que me fizeram querer realmente ser escritor vieram através de uma namorada na adolescência: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, e Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu.

Caderno A - E, aliás, na sua opinião, como se desperta o interesse de um leitor? Que tipo de livro? Você tem alguma sugestão de obras que podem despertar tal interesse?

SN - Cada pessoa tem seu universo próprio - alguns mais próximos do universo da maioria, outros com um mundo mais particular. Por isso é imprevisível o que pode despertar o interesse de cada um. E por isso é tão difícil saber de antemão quais livros e autores vão despertar uma paixão. Cabe ao autor não desistir de tentar achar seu público. Cabe ao leitor não desistir de procurar o livro perfeito.

TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

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