13/08/2005

RAIZES QUE CRESCEM SOBRE NÓS

Ei, são 3:19 de novo. Não tem um filme de terror que algo acontece toda madrugada às 3 e pouco? Acho que é "The Amitiville Horror". Inclusive fizeram um remake desse filme que está estreando por aí, mas eu nem gostei do original, que passava no SBT... Parece que é baseado numa história real, num menino que matou a família toda às 3 e pouco da manhã, em Amitiville, EUA; depois outra família se mudou para a casa onde aconteceram os assassinatos e disse que ela estava assombrada.

E daí?

Eu já dormi em cemitério, já entrei em casa abandonada, vou sempre na Loca de domingo, mas nunca vi assombração, haha. A melhor oportunidade que tive foi num cemitério da Alemanha, quando vi uma cripta aberta e desci para dar uma olhada lá embaixo. Estava um breu e eu não tinha lanterna, então resolvi disparar o flash da minha câmera para ver aonde eu tava pisando. O flash iluminou uma sala vazia, sem caixão nem nada. Achei meio brochante, mas tinha certeza de que, quando revelasse o filme, ia ter uma velhinha no meio do sala, um saci-pererê, qualquer coisa... Quando peguei a ampliação... nada.

Mas para quem quiser ver fotos de fantasmas, e comentários científicos sobre elas, tem esse site bem legal:

http://www.ceticismoaberto.com/fotos/fotofantasma00.htm

Falando em cemitério, bizarra mesma foi minha conversa sobre o tema com o Paulo César Peréio, no programa dele, alguém viu? A entrevista comigo foi ao ar há uns 2 meses (Canal Brasil). Ele engatou um papo de cemitério, que ia de madrugada dar teco em cemitério (ó, Lyvia, você que gosta dessas histórias), que eu não entendi. Quase metade do programa foi isso, haah. Mas foi divertido.

Hum... que mais... tá frio, né?

Enfim, esta foi uma semana fodida, mas nem me trouxe tanto assunto. Geralmente, quanto mais trabalho eu tenho, mais pique me dá. Hoje é melhor eu parar, antes que comece outra história de zumbis. Fiquem com Lorena, que ela sabe das coisas:

Meus vermes contam uma história, nada bela, nada bela. Alguém quer ouvir? Encoste o ouvido no chão. No meu epitáfio sem nome. No meu túmulo vazio. No meu enterro sem lágrimas, a chuva, ao menos, me respeita. Molha meus lábios, hidrata minha pele, faz festa em meu corpo, rastejando com os invertebrados.

Semanas depois, o jornaleiro checa meus débitos. A vizinha percebe minha ausência. O telefone toca solitário. E quem pensa sobre mim pensará em voz alta. Quem sente minha falta procurará por mim. Quem me conheceu um dia se lembra, e me reviverá.

Minha correspondência se amontoa. Minhas respostas se perdem. Minha unha continua a crescer. Meus números continuam a correr, no sistema elétrico, nas verdades jurídicas. Poeira se acumula. Aranhas tecem suas teias. Uma nova organização, sem minha mão para interferir. Minha ausência, causando diferenças. Mudanças, quando eu não me importo. Eu não me importo, não posso mais.

Embaixo da terra, dou flores, frutos, sabor amargo na boca. Nunca conseguirão enxaguar todos os meus sentidos. Uma história, uma lembrança, para ler, ouvir, sentir na ponta dos dedos. Nunca se esqueça de mim, nunca se esqueça de mim.

Qual será o meu sentido quando eu não estiver com você? Quando você não estiver comigo, o que eu poderei fazer pela minha história? Penso melhor. Guardo as últimas palavras para mim mesma. Num último suspiro, no meu último gemido, faltam sílabas e acentos. E lamento.

de "A Morte Sem Nome" - Santiago Nazarian

MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...