27/08/2005

"AURORA DA MINHA VIDA" ou "CONHECI UM CAPETA EM FORMA DE GURI"

Quando eu tinha uns oito anos, um colega da minha classe me deu uma receita para fazer geleca. Era misturar cola, álcool e folhas verdes de árvore. Ficou uma meleca, mas nada parecido com as industrializadas.

Quando eu tinha uns seis, me senti desprezado pela professora da pré-escola. Aproveitei que ela estava de costas e enfiei a tesoura no rabo de cavalo dela. Cortei. Ligaram para minha casa, mas minha mãe estava no trabalho. Como meu pai é artista plástico, ele foi me buscar. Me levou para tomar sorvete.

Foi dessa mesma professora, mais ou menos nessa época, que ouvi pela primeira vez a expressão "você cansa a minha beleza". Lembro que achei o máximo e fiquei rindo: "Que convencida"!

Li nas nas pilhas "não expor ao fogo". Diziam que podia explodir. Então tentei fazer uma bomba caseira com pilhas velhas...

Fui uma vez para Campos de Jordão, num feriado, com minha mãe e uma das minhas irmãs. Enquanto elas passeavam, eu passava o dia inteiro, todos os dias, jogando fliperama. Tenho dó da minha mãe até hoje por isso.

Também fui para Campos de Jordão numa noite com amigos e voltei na mesma noite. A gente fez uma trilha de madrugada com uma tocha que a gente improvisou do kit de primeiros-socorros do carro. Mas daí eu já tinha uns 20 e poucos anos...

Meus pais sempre foram separados. E quando eu ia para a casa do meu pai, geralmente ele me dava umas folhas brancas e ia dormir. Nunca aprendi a desenhar.

Na minha páscoa de cinco anos de idade, comi todos os ovos de uma só vez. Depois comi os da minha irmã. Quando ela abriu o armário do quarto dela, eu estava lá dentro, lambuzado.

Usei cabelo comprido muito tempo e achavam que eu era menina. Na época, não sabia o que era androginia, mas não gostava.

Quando entrei no ginásio, e mudei de escola, consegui me enturmar porque eu era o único que tinha Nintendo (8-bits) e todos os meninos queriam jogar. Futebol eu não jogava.

Eu adorava gravar radionovelas num gravadorzinho de repórter. Minha fala mais célebre, que tenho até hoje passada para MP3, é assim: "Meu amigo, que pena não morri, agora, hoje, será lua cheia novamente... e eu vou me transformar num lobisomem."

Bem pequeno, eu era ruivinho.

MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...