12/05/2005

NÓS QUE AINDA VIVEMOS, AINDA NÃO MORREMOS, AINDA DORMIREMOS...

Nesta sexta-feira 13, estarei no Rio. Faz um bom tempo que não vou pra lá, quase dois anos. Nesse tempo, muita gente me escreveu, perguntou, cobrou e eu fiquei devendo o lançamento. Agora eu gostaria de poder avisar a todos os cariocas que me escreveram...

Na sexta, vou participar de um debate sobre "Vanguarda Literária" na Bienal, 19h. Estarei muito bem acompanhado na mesa por Dodô Azevedo, João Paulo Cuenca e Luís Antônio Giron.

Em seguida, lá por uma 20h, autografo "Feriado de Mim Mesmo" no estande da Planeta. Quem já tem o livro, leve. Podem levar "Olívio", "A Morte Sem Nome" e "Parati" também, claro. Avisem os amigos, parentes, leitores. Só não me deixem sozinho, sentado com cara de idiota naquele galpão...

Vou ficar hospedado no Sofitel de Copacabana. Mas lá não vou autografar livro algum!

Nesta madrugada de quinta (categoria) começa meu aniversário. Digo, hoje, dia 12. Comecei meus 28 anos malhando na academia. Cada escritor tem a que merece. A minha pode não ser imortal, mas funciona 24h.

Agora escuto a feira sendo montada. As primeiras barracas. Tem uma feira aqui na minha rua todas as quintas (e imaginem o esforço que faço para fugir dos pastéis). Aos menos ainda não me deparei com nenhum peixeiro oriental...
"E dez minutos depois, tenho de me segurar de novo, para não ser mulher em demasia. Ele vende peixes, eu conto histórias. Com uma longa faca afiada, tira a escama e atinge a espinha de mulheres como eu, dispostas a pagar o preço. Quando a faca escapa das mãos dele, eu é que sou atingida."
Esse é de "A Morte sem Nome." (ai, hoje estou mocinha...). Se há algo que posso me orgulhar de ter construído nesses 28 anos é minha obra. E me orgulho imensamente.

Mas já é tarde. Escuto o sino da igreja aqui do lado badalando 3am. Me faz lembrar do meu conto "Quasímodo", que li em Santos e foi publicado no Portal Literal em dezembro:

"Por mim os sinos dobram. Todas as noites. Todas as horas. De trinta em trinta minutos, eu estou acordado para ouvir. Com um ouvido no travesseiro, outro zumbindo meus próprios pensamentos, eles me acordam, às badaladas, e me fazem ter certeza de que ainda não dormi. Me fazem ter certeza de que ainda não morri, estou vivo, acordado, e lá fora a vida acontece sem mim."

Vou dormir. Quando acordar, as rugas já estarão estabelecidas.

MESA

Neste sábado, 15h, na Martins Fontes da Consolação, tenho uma mesa com o querido Ricardo Lisias . Debateremos (e relançaremos) os livros la...